Bem vindo(a) ao Olivia’s Cuisine. Este não é o meu primeiro blog sobre comida/receitas, mas é a primeira vez que decido levar a sério. Se voce não me conhece, meu nome é Olivia e eu moro em New York. Em Janeiro deste ano (2014) eu me casei com o amor da minha vida! (Pausa dramática para suspiros românticos…). Desde pequena eu sempre tive paixão por cozinhar (mais sobre este assunto em breve), mas depois que me casei, fiquei mais inspirada para me aventurar na cozinha e criar novas receitas. Nada me faz mais feliz do que cozinhar com amor e carinho para o meu marido e o meu irmão (que está morando comigo, no momento). Durante toda a minha vida, eu aprendi a demonstrar amor através da comida. Minha mãe é uma cantora de ópera bem sucedida no Brasil e sempre teve que viajar a trabalho para cantar pelo Brasil afora. Como morávamos no Morumbi (longe pacas!), meu pai pegava a mim e ao meu irmão na escola e nos deixava na casa da minha avó (mãe da minha mãe), enquanto ele ia trabalhar. Lá nós ficávamos a tarde toda, até umas seis da tarde, quando ele ia nos buscar pra ir pra casa. Eu gostava tanto de passar tempo com a minha avó que, às vezes (quase sempre), eu implorava pra dormir lá! rs Eu passava a tarde inteira sentada em uma das cadeiras na cozinha, conversando, enquanto ela cozinhava coisas maravilhosas para mim. Nada que ela fazia era sem graça! Mesmo as comidas que eu não gostava eram deliciosas se feitas por ela. (Sim, ela me obrigava a comer, mesmo que eu dissesse que não gostava e dizia que eu só podia dizer que não gostava, se experimentasse!). Até hoje ela faz tudo com todo o amor e eu juro que você consegue sentir o gosto desse amor na comida dela. Ela é a minha maior inspiração na cozinha e eu gosto de pensar que a minha paixão por cozinhar nasceu naqueles dias, sentada naquela cozinha. O meu prato preferido feito pela minha avó é, sem dúvida, o seu estrogonofe de carne. Comecei a fazer esse estrogonofe quando eu era adolescente e viajava com amigos para a praia, onde eu era a única que sabia (ou que gostava) de cozinhar. Sempre foi um sucesso e hoje é o prato favorito do meu marido (e olha que ele nem provou o dela ainda…) O problema é que não importa o quão fiel eu seja à sua receita, nunca vai ter o mesmo gosto da dela. É como se a receita precisasse do amor da minha avó! Entretanto, considero o meu “quase lá” e eu te garanto que você vai conquistar muitos corações, se servir esse prato! É facinho de fazer num dia de semana mas, ao mesmo tempo, com gosto de que foi muito trabalhoso para preparar! rs Por isso é uma ótima opção se você quiser impressionar seus amigos. :-) Eu sirvo meu estrogonofe com arroz e batata palha, à moda brasileira. Aqui nos Estados Unidos, eles comem estrogonofe (ou aquela coisa sem graça que eles chamam de estrogonofe) com macarrão (acho que o único lugar no Brasil onde vi comerem estrogonofe assim foi no restaurante Viena..), mas eu prefiro do meu jeito! Então vamos lá:
Eu começo ralando a cebola no processador. Minha avó sempre ralou na mão, mas vamos combinar: a tecnologia veio para nos ajudar! (e também, se eu estiver com pressa, eu só pico a cebola! Shhhhhh! Não conta pra minha avó!) Eu, então, limpo e corto a carne em cubos e polvilho com sal, páprica e farinha. A farinha vai ajudar a engrossar o molho mais tarde. Você pode usar menos ou mais páprica, dependendo de quão apimentado voce quer o seu estrogonofe. Eu gosto no meio… (Sou de Libra, a balança é o meu símbolo!)
Depois eu pico os cogumelos. Geralmente as pessoas usam o champignon (que vem num vidro) mas eu pensei: Por que não usar “do bom”? Então eu comprei cogumelos Paris (não sei se eles se chamam assim ai no Brasil). Eu pico em pedaços, similares aos da carne. (Um bom substituto para os cogumelos é o milho de lata, escoado. Até muito recentemente eu não gostava de cogumelos, então, lá em casa, nós fazíamos com milho e fica uma delícia! Ou então, faça sem nada, sem cogumelo e sem milho, se preferir! Fica bom do mesmo jeito!)
Numa frigideira grande, frite a cebola ralada na manteiga até ganhar um pouco de cor. Reserve.
Na mesma frigideira, aqueça o azeite até que esteja super quente e frite a carne até dourar em todos os lados.
Acrescente os cogumelos e cozinhe por uns 2 minutos. Acrescente a cebola de volta à frigideira e cozinhe por mais 2 minutos, até incorporar. Adicione o molho inglês, a mostarda Dijon e o ketchup e cozinhe por mais uns 2 a 3 minutos.
Flambar é opcional. Minha avó não flamba e eu, geralmente, também não. Mas o estrogonofe tradicional é flambado, então estou adicionando essa parte à minha receita. Coloque o conhaque numa concha e derrame sobre o estrogonofe. Imediatamente, vire a panela até que o fogo encoste na comida e o conhaque pegue fogo e deixe flambar, até apagar sozinho. Uma vez que você coloque o conhaque, não demore muito pra flambar porque senão a comida absorve o álcool cru, e não há santo que tire o gosto de alcóol da comida.
(Não consegui tirar uma foto boa da “flambagem” rs!) Assim que a flambagem terminar e o fogo apagar, adicione o molho de tomate (se você optar por não flambar, ponha o molho de tomate após a adição do molho inglês, ketchup e mostarda. Cozinhe por uns 5 minutos, até incorporar. Coloque o creme de leite de sua preferência – fresco ou de lata (neste caso, sem o soro) e misture bem para que molho engrosse um pouco. Cuidado: se voce usar o creme de leite de lata, não cozinhe por muito tempo porque se ferver, talha, e também não pare de mexer, porque talha igual! Confesso que às vezes gosto de usar o creme de leite de lata, porque o molho fica mais grossinho!
Sirva seu estrogonofe com arroz e batata palha! (Eu não achei batata palha aqui no meu supermercado – é dificil achar aqui nos EUA – então comprei batata frita congelada que é tão deliciosa quanto a palha! A minha avó frita as batatas em rodelas, mas eu não tenho tempo e, muito menos, paciência pra isso!)